Angus, Brangus e Ultrablack são, atualmente, três raças muito utilizadas na pecuária brasileira para produção de carne de premium. Os criadores que buscam produzir carcaças de alta qualidade devem estudar o potencial dessas raças, incluindo seus cruzamentos. Na cabanha Rincon del Sarandy, de Uruguaiana (RS), já são 25 anos trabalhando e aprimorando o manejo de bovinos de corte para imprimir nos exemplares o máximo desenvolvimento genético e produtivo. Com muitas semelhanças, como precocidade, habilidade materna, fertilidade e acabamento de carcaça, as raças podem ser a opção que você precisa para dar um up na produção de gado, de Sul a Norte do Brasil.
A raça Angus
A Angus caracteriza-se por seus exemplares pretos e vermelhos. A raça surgiu na Escócia em 1862 e é resultado do cruzamento entre linhagens dos condados de Aberdeen e Angus. De lá, a genética se espalhou pelo mundo. Em seguida, ganhou espaço na Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos.
A criação de Angus chegou ao Brasil pela Região Sul por meio de animais importados. O primeiro registro foi realizado em 1º de setembro de 1906 pelo criador Leonardo Collares Sobrinho, de Bagé (RS). Mas há informações sobre a presença de animais Angus no Rio Grande do Sul ainda antes desse primeiro registro. Em 1937, já eram 306 animais Angus cadastrados no Brasil, número que chegou a 1.362 em 1963.
Ao longo de mais de 110 anos de história, o desenvolvimento da raça Angus deu-se em diferentes regiões do Brasil, com destaque para os rebanhos do Sul. Mas não é só no Sul que a Angus ganha destaque: a criação está disseminada por todo o Brasil devido às características que tornam a Angus uma raça completa. O uso no cruzamento com animais zebuínos no Brasil Central potencializou sua expansão.
A raça Brangus
A Brangus é uma raça sintética, resultado da mistura de sangue Angus com zebuínos. Inicialmente realizado nos Estados Unidos ainda em 1912, o cruzamento tinha o objetivo de encontrar uma animal que apresentasse altos índices de produtividade mesmo criado em condições de clima e meio-ambiente adversas, típicas das regiões tropicais e subtropicais.
No Brasil, os cruzamentos começaram a ser feitos na década de 1940 por técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa), em Bagé/RS. À época, o novo produto foi batizado de Ibagé. Alguns anos depois, em função do cruzamento ser o mesmo alcançado nos Estados Unidos, o nome da raça passou a ser Brangus Ibagé. Atualmente, usa-se apenas o termo Brangus.
A raça Ultrablack
A Ultrablack é uma raça sintética obtida por meio de cruzamento de sangue Angus e Zebuíno. Originária dos Estados Unidos, se disseminou após utilização na Austrália. No Brasil, o primeiro registro autorizado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) só ocorreu em 2017. A raça foi criada para favorecer a produção de cortes premium em áreas de clima mais adverso. Na Rincon del Sarandy, além das raças Angus e Brangus, também são selecionados animais Ultrablack adaptados ao trabalho em solo brasileiro, principalmente para o Centro-Oeste..
Sua composição está baseada em 80% de sangue Angus e 20% zebuíno. Essa mistura resulta em um animal com qualidade de carne excepcional, conservando a rusticidade típica dos zebuínos tão necessária para enfrentamento de altas temperaturas e ectoparasitas no Centro-Oeste do Brasil.
Crédito: Everton Souza Marita
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